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Sua animação contagia o ambiente e os comensais, a maioria deles jovens japoneses e turistas curiosos, divertem-se.
A cena chama atenção porque tradicionalmente mulheres não são treinadas para fazer sushi no Japão. Há diversas explicações para essa discriminação de gênero, muitas delas míticas – por exemplo, o argumento de que as mãos femininas são mais quentes e, por isso, afetariam a qualidade do peixe fresco.
Mas o Nadeshico Sushi, encravado em uma ruela no bairro de Akihabara, transformou-se em um bastião contra o machismo gastronômico: tem apenas mulheres “pilotando” as esteiras.
Tradição
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Ela passou seis anos observando os chefs até conseguir uma chance de realizar seu sonho. Tudo ocorreu em 2010, quando Chizui viu um anúncio de emprego recrutando mulheres que soubessem fazer sushi.
Akihabara é um bairro conhecido pelos cafés em que garçonetes se vestem com uniformes de empregada. O dono do Nadeshico, Kazuya Nishikiori, porém, resolveu aproveitar o cultura local para criar um estabelecimento pioneiro.
Chizui quase não acreditou quando viu o projeto, mas logo foi contratada e treinada nas artes do sushi. Normalmente, um aprendiz precisa ser ensinado por 10 anos com um chef, mas ela fez um intensivo de apenas duas semanas antes de assumir uma equipe de mulheres tão estreante quanto ela.
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Mas não foi fácil. As complicações ocorriam até em operações básicas, como comprar peixe fresco: o principal mercado de Tóquio, o Tsukiji, é quase totalmente administrado por homens.
Chiziu não era levada a sério quando aparecia para comprar quantidades industriais de peixes e frutos do mar. Mas graças a um contato no Facebook, conheceu a dona de um barco pesqueiro em outra vizinhança, que se ofereceu para fornecer matéria-prima semanalmente para o restaurante.
O Nadeshico pode parecer uma novidade turística, mas as mulheres que trabalham por lá levam seus empregos a sério. Independentemente do desafio, elas promovem a mensagem de que mulheres também sabem fazer sushi. E esperam contribuir para diminuir a discriminação de gênero, ainda tão prevalecente no Japão.
De BBC Brasil
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